sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Caso Múrcia: troque seu carro (para sempre)

Uma das instalações do Estacionamento impossível

Um bilhete de transporte público gratuito pela vida toda. Essa é a recompensa de um programa de trânsito da prefeitura da cidade de Múrcia, no sul da Espanha, que propõe aos moradores trocar seu carro por um passe de transporte público que nunca vai expirar. Trocar mesmo. O morador entrega seu veículo à prefeitura e recebe o vale-transporte. 

O intuito é acabar com os engarrafamentos e a falta de estacionamentos na cidade, que já estavam em um nível crítico. 

Assim que o morador entrega o carro, um grupo de mecânicos desmonta todas as peças, que vão para o mercado para serem vendidas por preços acessíveis — e aumentar a oferta de reposição, o que evita que as pessoas (as que decidirem manter o veículo próprio) tenham que trocar o carro todo ano. Para mostrar o desmanche, a prefeitura instalou webcams na oficina do projeto. Assim, qualquer um pode acompanhar o trabalho em tempo real via web. Também criou uma campanha na internet (com perfil no Facebook e Twitter) e fez instalações nas ruas para incentivar as pessoas a aderirem ao projeto. Em uma delas, chamada Aparcamiento Imposible (estacionamento impossível), parou um carro em cima de dois outros, para lembrar da falta de espaço nas ruas. Se as grandes cidades brasileiras não lançarem uma ideia tão genial quanto, daqui a pouco estaremos vendo a pitoresca cena por aqui. Com a diferença de que será verdadeira. 

(Revista Galileu)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Como a bicicleta pode nos salvar?

Tem um site muito bacana na internet, o Healthcare Management Degree (HMD), que trata de uma série de tópicos sobre a gestão de saúde. Para quem não sabe, a área é alvo de cursos de graduação – e pós-graduação - e tem muita gente que procura se diplomar no assunto. O portal auxilia as pessoas que vão atrás dessas informações, falando sobre os cursos, as carreiras disponíveis, entre outras.

O site disponibilizou um post muito interessante sobre as bicicletas, descritas como “a chave de duas rodas para um mundo e uma saúde melhor”. Eles se baseiam nos Estados Unidos, que, segundo eles, é um país que vive em cima das quatro rodas. Atrás somente do tabaco, as doenças causadas por inatividade – o famoso sedentarismo – são a principal causa de mortes nos E.U.A. Algumas cidades passaram a adotar as bikes e começaram a investir nessa ideia. Vamos a alguns dados.

  •  90% dos americanos dirigem para ir ao trabalho e apenas 0.6% andam em suas bicicletas.

O grande problema é que a maioria das viagens de carros percorridas pelos cidadãos daquele país possuem menos que duas milhas (aproximadamente 3,2 km – uma distância REALMENTE pequena)
  •  Automóveis são responsáveis por 50 a 90% das emissões de gases poluentes.

Consequência: 15% de todos os casos de asma estão relacionados ao fato das pessoas morarem perto das principais estradas e vias de circulação.

Digamos que você passe a adotar a bicicleta no seu dia a dia. Quais o principais benefícios (para você e para o planeta)?
  •  No lugar de um único carro, cabem vinte bicicletas.
  •  Um estudo feito na França comprovou que as bikes são 50% mais rápidas que os carros durante a hora do rush.
  •  Pedalar 30 minutos/dia equivale, em média, a $544 dólares não gastos com despesas médicas. (com a cotação de hoje, isso dá um montante de R$1.011,84 centavos)

O modelo europeu

O continente incentiva – e muito! - a população a ir andando ou pedalando. Sabe como? Tornando o carro uma alternativa inconveniente. Na Europa, um galão de gasolina (o equivalente a 4,5 L) é mais que o dobro do preço dos Estados Unidos. Ir ao trabalho pedalando é mais barato e eficaz. Para esse sistema funcionar, o Brasil precisa investir mais em infraestrutura cicloviária, segurança, incentivos e cidadãos dispostos a levar este projeto cada vez mais longe!



Por último, e de extrema importância, a obesidade é um grande problema nos EUA. Para os 31% da população que enfrentam o problema, apenas 0,1% dos americanos andam de bike.  Na Holanda, por exemplo, 10% sofrem de obesidade, enquanto 25% fazem uso do meio de transporte.

Está mais do que na hora de agir e acreditar que através de nossos atos podemos reverter a situação. A mudança começa em nós.

Para ter acesso ao post do HMD, basta clicar aqui.

Aproveite seu dia.
Vá de RioSouth.

(Imagens: Crédito HMD)


domingo, 4 de dezembro de 2011

As lições dos ciclistas japoneses: de crianças a executivos, todo mundo anda de bicicleta

Nos últimos anos, o uso da bicicleta como meio de locomoção vem aumentando gradativamente. Até bem pouco tempo atrás, a bicicleta era vista como meio de transporte das camadas menos favorecidas da sociedade, ou usadas somente para lazer nos fins de semana, preconceitos que vêm perdendo força.
A preocupação com as questões ambientais é um aspecto central hoje de todas as atividades humanas, refletindo uma preocupação crescente com o que se denominou como desenvolvimento sustentável.

Com essas grandes mobilizações nas questões ambientais, a bicicleta começa a ganhar mais adeptos, pois podemos dizer que a bicicleta é “transparente” ou “invisível” na circulação, não só por suas características físicas extremamente simples, mas também pelo baixo impacto que causa ao meio ambiente, seja pela ausência de ruídos e de emissão de gases poluentes.

A ONU elegeu a bicicleta como o transporte ecologicamente mais sustentável do planeta. O conceito de transporte ambientalmente sustentável foi então definido como os transportes que não colocam em perigo a saúde publica ou os ecossistemas.

Bicicletas no Japão



Apesar das campanhas de incentivo, o número de bicicletas circulando pelas ruas do Brasil é muito pequena comparado aos países da Europa e Ásia.
No Japão, a quantidade de bicicletas circulando pelas ruas é impressionante. Em qualquer ponto da cidade, vemos pessoas de todas as idades pedalando: crianças brincando, estudantes indo para escola, senhoras idosas indo para o supermercado e pessoas indo para o trabalho, desde operários das indústrias até executivos engravatados.

Não existem ciclovias no país: motoristas, ciclistas e pedestres convivem harmoniosamente, respeitando seu espaço, cumprindo as normas do trânsito, trafegando lado a lado.
O Japão é o terceiro país com maior número de bicicletas, só perdendo para Estados Unidos e China, que tem populações bem maiores.

A topografia plana do país também ajuda o uso da bicicleta, ruas muito bem conservadas, sem buracos, obras ou obstáculos tornam o deslocamento bem fácil e tranquilo. Apesar do alto poder aquisitivo do povo japonês, das vias muito bem conservadas, o automóvel é usado com mais frequência nos fins de semana. Nos dias úteis, a bicicleta e os trens, ou metrô, são os meios de locomoção mais utilizados.

Algumas ações que promovem o uso da bicicleta no Japão:
  • Nas estações de trem e metrô, os estacionamentos para bicicletas são enormes, e estão sempre lotados, são milhares espalhadas em vários andares.
  • Nas universidades também existem grandes áreas destinadas às bicicletas.
  • Em qualquer indústria, órgão público, comércio ou condomínio existe uma área reservada para estacionar as bicicletas.
  • Em questão de segurança, nas grandes avenidas com tráfego intenso de veículos, os ciclistas utilizam a passarela de pedestre, pois existe uma rampa junto aos degraus destinada especialmente aos ciclistas.
Enfim, o país dispõe de toda estrutura para o deslocamento urbano usando a bicicleta.
(Retirado do site Coletivo Verde. 05/10/2011)